Golpes digitais em aplicativos de mensagem: quais são os direitos do consumidor ao ser vítima?
- Rafaela Santos
- 3 de set.
- 4 min de leitura
Com a crescente evolução do mundo digital, muitas atividades do dia a dia podem ser realizadas diretamente pelo celular ou computador, trazendo grande praticidade para a rotina da população. Comprar, vender, investir, realizar transações bancárias e compartilhar informações são apenas alguns exemplos de tarefas facilitadas pelo ambiente virtual.
No entanto, junto com os avanços tecnológicos, também surgiram os golpes digitais, que se adaptam e evoluem muitas vezes na mesma velocidade, ou até mais rápido, que as ferramentas de proteção disponíveis.
Proteger-se nesse cenário exige atenção, cuidados específicos e conhecimento sobre as estratégias utilizadas pelos golpistas para atingir suas vítimas. Por isso, é essencial saber identificar os principais tipos de fraude, como se resguardar de possíveis golpes e quais leis oferecem proteção ao consumidor nesse ambiente.
O que são golpes digitais?
Com o aumento do uso dos meios digitais, os criminosos migraram para esse ambiente em busca de vantagens ilícitas. Os golpes digitais são variados e estão em constante atualização, o que torna essencial que os usuários se mantenham informados.
Quanto mais conhecimento se tiver sobre essas fraudes, menores são as chances de cair em um golpe. E, caso isso aconteça, é fundamental saber como recorrer e conhecer os direitos que protegem o consumidor.
Principais tipos de golpes digitais
Empréstimos indevidos
Como funciona: agentes financeiros oferecem empréstimos por telefone ou mensagens, muitas vezes atingindo idosos. Com poucos dados pessoais (nome, CPF, RG), o crédito é liberado sem autorização.
Risco: cobranças indevidas e prejuízo financeiro.
Fraudes por SMS e WhatsApp
Como funciona: mensagens com links suspeitos direcionam para páginas que finalizam a contratação de serviços sem consentimento.
Risco: roubo de dados e liberação de crédito indevido.
Contratação por dados de terceiros
Como funciona: golpistas obtêm dados pessoais e solicitam empréstimos em nome da vítima.
Risco: prejuízo financeiro e problemas legais para quem teve os dados utilizados.
Clonagem de WhatsApp ou redes sociais
Como funciona: criminosos copiam contas e se passam pela vítima para enganar familiares ou amigos.
Risco: pedidos de dinheiro, divulgação de golpes e vendas falsas.
Golpes com investimentos em criptomoedas
Como funciona: sorteios falsos, aplicativos ou sites que oferecem valores abaixo do mercado.
Risco: perda de dinheiro e ativos digitais.
Leilões falsos
Como funciona: sites falsos criam leilões de produtos de alto valor, mas a vítima paga e não recebe nada.
Risco: prejuízo financeiro.
Roubo de dados em sites falsos (phishing)
Como funciona: páginas e e-mails falsos imitam plataformas conhecidas e solicitam dados pessoais.
Risco: exposição de dados e possibilidade de novos golpes.
Golpe de vendedor terceirizado em sites de varejo
Como funciona: as vítimas pagam por produtos em plataformas e não recebem a mercadoria.
Risco: perda de dinheiro e exposição a novas fraudes.
Ransomware (sequestro de dados)
Como funciona: vírus bloqueia arquivos de computador ou celular, exigindo pagamento para liberá-los.
Risco: perda de acesso a arquivos importantes.
Quais leis protegem o consumidor de golpes digitais?
A internet não é uma “terra sem lei”. O Brasil já possui legislações que responsabilizam práticas ilícitas ocorridas no ambiente digital. Entre as principais:
Lei dos Crimes Cibernéticos (Lei 12.737/2012 — “Lei Carolina Dieckmann”) Trata da violação de dados pessoais e invasão de dispositivos. A pena varia de 3 meses a 2 anos de prisão, além de multa.
Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) Regula a proteção de dados pessoais e a privacidade dos usuários, além de dispor sobre direitos e deveres dos internautas.
Lei nº 14.155/2021 Incluiu no Código Penal os crimes de violação de dispositivo informático, furto e estelionato cometidos de forma eletrônica ou pela internet. A pena pode chegar a até 8 anos de prisão, sendo agravada em casos envolvendo vítimas vulneráveis (idosos, por exemplo) ou crimes praticados a partir de servidores estrangeiros.
Como se proteger de golpes digitais — dicas práticas
Desconfie de links suspeitos: não clique em links recebidos por e-mail, SMS ou aplicativos sem ter certeza da origem. Prefira digitar o endereço diretamente no navegador.
Use senhas fortes e únicas: crie senhas longas, com letras, números e símbolos. Não repita em diferentes contas.
Confira a segurança dos sites antes de comprar: observe se o endereço contém “https://” e o ícone de cadeado.
Ative a autenticação em dois fatores (2FA): aumenta a segurança ao exigir uma segunda confirmação de acesso.
Monitore seu CPF com frequência: serviços como Serasa, SPC Brasil e Registrato (Banco Central) ajudam a identificar movimentações suspeitas.
Proteja seus documentos: evite fornecer CPF e cópias de documentos em locais duvidosos ou promoções suspeitas.
O que fazer se cair em um golpe digital?
✅ Guarde provas: prints de conversas, e-mails, SMS, recibos ou contratos.
✅ Avise o banco ou plataforma: registre protocolos e guarde comprovantes do atendimento.
✅ Faça boletim de ocorrência (BO): pode ser presencial ou online, incluindo todas as evidências.
✅ Reforce a segurança digital: troque senhas, ative a autenticação em dois fatores e revise a segurança dos dispositivos.
Quando procurar ajuda jurídica?
Por que escolher o Emidio & Almeida Advogados Associados?
No Emidio & Almeida Advogados Associados, atuamos com excelência nas áreas bancária, do consumidor e civil, oferecendo o suporte jurídico necessário para proteger seus direitos e reduzir seus prejuízos.
Entre em contato conosco pelo WhatsApp e fale diretamente com um especialista. Atendemos de forma totalmente virtual, com agilidade e segurança, em todo o território nacional, buscando justiça para você com dedicação e comprometimento.


Comentários